Eu deveria ter um nome de sentimento universal, um substantivo assim tão abstrato quanto o tudo de concreto que eu sinto por ti. Talvez me chamasse Sonho, se sonhar fosse suficiente para te fazer surgir agora do meu lado. Quem sabe chamassem-me Delírio, se eu fosse capaz de delirar ao ponto de não te ver em tudo que vejo. Destruição seria uma boa alcunha, se porventura eu pudesse destruir a memória de um único sorriso que tu sorristes ou me fizestes sorrir na vida. Poderiam chamar-me Desespero, se desesperar pudesse ser mais forte do que o querer te esperar. Desejo deveria ser uma opção plausível, no entanto desejar é muito pouco para definir esta força movendo-me para teu peito. Morte eu me chamaria, se me fosse permitido morrer antes de te ter completamente na minha vida. Gritariam Destino à minha porta, Destino, Destino, se eu mesmo não tivesse me pré-destinado a ser teu. Então me basta meu nome, com tua língua pronunciando-me nos dentes. Comovendo-me de um jeito tão seu, que eu não quereria ser mais ninguém que não fosse eu mesmo.

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